terça-feira, 25 de dezembro de 2012

As 10 melhores leituras de 2012


A lista abaixo não é definitiva, nem de longe ela tem a intenção de ser realmente as melhores edições lançadas nesse ano. Ela junta as dez melhores histórias lidas por este que vos escreve no ano que está se encerrando, ou seja, ela pode ou não ser necessariamente de lançamentos realizados em 2012, sendo preciso apenas que tenha tido contato com ela. Além disso, ela pode abarcar tanto apenas uma história de quanto uma edição com várias, ou ainda um encadernado inteiro. Enfim, já deu pra perceber que o lance aqui não preza muito pelo rigor, e sim pela diversão de se fazer uma lista de fim de ano.















Face Oculta #1
Uma história diferente de tudo que geralmente costuma sair por aqui. Com um ritmo acelerado e muito bem retratado na arte de Goran Parlov, Os Saqueadores do Deserto tem tudo que é necessário para entrar nessa lista. Essa é a primeira vez que uma das principais obras de Giancarlo Manfredi é publicada no Brasil. Contudo, ainda falta a Panini garantir a continuidade da série, cuja segunda edição ainda não tem data para lançamento. A análise da obra pode ser conferida aqui.















Batman #5
Essa é a edição que até agora é o clímax da Saga das Corujas, a primeira da revista Batman pós-reboot. Na história Batman enfrenta um mercenário contratado pela Corte das Corujas para que o matasse, num labirinto no qual o homem morcego se perde e pouco a pouco definha. É incrível a forma como Greg Capullo retratou o enfraquecimento do herói, ao passo que ele chega ao ponto de enlouquecer. Como recurso gráfico para passar a desorientação pelo qual Batman passava, a dupla Snyder e Capullo fez com que os quadros fossem, página por página, virando noventa graus, exigindo que o leitor virasse a revista a cada página lida. Em síntese, uma experiência enriquecedora, que se vê raramente em revistas mensais. Maiores comentários sobre a história pode ser conferido aqui.















Sandman #8
Não se trata necessariamente de um lançamento atual, mas Sandman: Edição Definitiva Vol. 1 teve uma reimpressão este ano, posto que já estava esgotado havia um bom tempo, juntamente com o lançamento do Vol. 3. Assim, uma outra ótima oportunidade de começar a coleção aparece. Colocar a edição como um todo seria uma escolha óbvia para a lista de melhores do ano (e para qualquer outra), por isso escolho aqui uma edição em especial. O Som de Suas Asas trata-se de uma história reveladora, além de trazer diversos elementos da mitologia de Sandman, ela também é uma ótima história. A química entre a Morte e Morpheus é maravilhosa, contribuindo decisivamente para que a edição seja de leitura muito saborosa, bem como reflexiva. Uma análise mais aprofundada da obra pode ser conferida aqui.















Batman - O Filho do Demônio
Vinte e três anos depois de sua primeira publicação no Brasil pela editora Abril (dentro de sua famosa linha Grafic Novel), a Panini relança Batman - O Filho do Demônio, para o prazer das novas gerações de leitores que não tiveram acesso à essa fantástica história do Homem-Morcego. A história, na verdade uma trilogia (cujas duas partes finais continuam inéditas no país), traz um Batman diferente, mais reflexivo e com medo da morte. Isso tudo devido a um acontecimento que chacoalhou definitivamente a vida do herói: a gravidez de Talia, filha de Ra's al Ghul. A iminência da paternidade muda totalmente a postura de Batman perante sua condição de herói. São por histórias como essa que Batman é um personagem diferenciado no universo dos quadrinhos. Em 2006, Grant Morrison coloca O Filho do Demônio dentro da cronologia padrão ao escrever o arco Batman e Filho, quando Talia apresenta Damian Wayne, com 11 anos de idade, exigindo que Batman termine sua criação (mais tarde ele se transforma o novo Robin).














Escalpo #35
Depois dos acontecimentos chocantes do arco Mundo RoídoEscalpo muda o foco da série e nos apresenta uma história fechada, aparentemente apartada dos acontecimentos regulares da série. Trata-se de uma história tocante, triste, que mostra um lado cruel da pobreza e marginalização de certos grupos de índios na sociedade. Fugiu-se aqui da retratação do mundo criminoso e rico dos cassinos indígenas e nos apresentou o ponto de vista daqueles que não participam desse aparente progresso. Jason Aaron nos conta a saga pela sobrevivência das pessoas simples e humildes, cuja complexidade vai além de conviver com gangues e jogos.















Blues
O volume nos apresenta diversas artes feitas por Robert Crumb sobre música, em particular sobre o Blues de raiz. A pretensão da edição é exatamente essa: ser uma espécie de volume definitivo sobre os trabalhos de Crumb sobre música. Em todas as histórias e artes que compõem o encadernado podemos notar o envolvimento do autor com a música que, como ele próprio admite no posfácio da edição, é uma das coisas que lhe mais dão prazer, mais, inclusive, do que desenhar. Análise mais completa sobre a obra pode ser lida aqui.















Y - O Último Homem - Não Há Causa sem Porquê
Independentemente do que se possa comentar sobre resultado final de Y, esse volume final tem que ser colocado entre os melhores do ano somente pelo que representa sua publicação. Com um histórico de publicações problemáticas no Brasil (posto que Pixel Media e Opera Graphica já tentaram, sem sucesso publicá-la por inteiro), Y foi uma das primeiras apostas na retomada do selo Vertigo pela Panini. Felizmente, a iniciativa acabou se mostrando um sucesso, contribuindo decisivamente para o crescimento do selo por aqui. Uma das melhores HQ's da década passada foi finalmente concluída por aqui.
















Daytripper
Fábio Moon e Gabriel Bá estão ao pouco construindo uma boa reputação dentro mercado americano de quadrinhos. Após trabalhos como Umbrella Academy e Casanova (séries em que apenas é creditado o trabalho de Gabriel Bá), a Vertigo lançou em 2011,o melhor trabalho da dupla até aqui. Não demorou muito para a história pintar no Brasil. No início de 2012, a Panini lançou a série em um único encadernado, compilando todas as dez edições. Daytripper conta a história de Brás de Oliveira em dez momentos decisivos de sua vida, durante a infância, adolescência, maturidade e até mesmo velhice. A minissérie ganhou os prêmios Eisner e Eagle, além de ter sido indicada ao Harvey e ao Shel Dorf Awards e ficado duas semanas na lista de coletâneas em quadrinhos mais vendidas do The New York Times. 















V de Vingança
Em 2012 a Panini realizou a reimpressão da edição de V de Vingança que havia lançado em 2006. Essa edição havia rapidamente se esgotado naquela ocasião e, desde então, os muitos fãs da história tem movido pequenas fortunas para adquirir o exemplar. Até que a Panini finalmente se tocou do apelo popular existente e, em maio, relançou o título. E novamente a vendagem foi extraordinária, exigindo inclusive uma nova reimpressão da obra, programada para dezembro. Quanto à importância, uma das obras mais icônicas de Alan Moore dispensa maiores comentários, sendo item obrigatório na coleção de qualquer aficionado por quadrinhos.















Astronauta Magnetar
Primeira edição da iniciativa Graphic MSP, Astronauta Magnetar já foi lançado como um sucesso. Todo o trabalho editorial capitaneado por Sidney Gusman já credenciou Astronauta Magnetar, bem como a linha Graphic MSP, para ser um marco dentro dos quadrinhos nacionais. Se a parte editorial já é um sucesso, o mesmo se pode dizer do trabalho de Danilo Beyruth, responsável tanto pela arte quanto pelo argumento da história. Respeitando as características do personagem e do universo criado por Maurício de Souza, Astronauta Magnetar é uma história grandiosa, artisticamente irrepreensível, de forma que lança novas bases de qualidade para as próximas edições da linha. Maiores considerações podem ser lidas nessa análise.

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